domingo, 12 de abril de 2009

Diferenças irreconciliáveis

Não fazemos idéia do quanto as pessoas são podres, quantos sorrisos falsos surgem segundo a segundo. Pessoas sem a mínima noção presas em seus próprios mundos. Seguindo o rebanho com a marca no traseiro, a marca de seus superiores, repetindo em massa ao som do berrante. As pessoas não fazem idéia do que são, do que sentem, do quanto podem machucar Julgar, matar com gestos palavras e olhares. Do quanto estão pobres vestidas de seda. Algumas gritam por salvação, não a acha dentro de si e fazem outros chorarem lágrimas de sangue muitas vezes não sabendo quem estão fazendo chorar. Julgam as escolhas, acusam uma sublimidade, que não possuem a coragem de viver e nem ao menos conhecer, repetem como papagaio velho a velha ladainha decorada ou escrita na sola do pé. Que pessoas são essas que possuem a voz tão alta, que comandam os fracos e os pisam como baratas? Que pessoas são essas fracas e inúteis que se deixam pisar e permitem que suas vozes sejam baixas? Que pessoas somos nós, que tentam conseguir o dia e vencer a noite, mas acabam por perder-se no meio do caminho. Onde estão os problemas do próprio umbigo esperando para serem resolvidos? Reclamando da falta de resolução quando todas as energias estão sendo gastas no umbigo do que ele chama de próximo. Qual a droga do conceito de certo e errado? Sujo e limpo? Normalidade e loucura? Qual a luta que se trava por não se compreender que ao mudar um par na genealogia muda toda uma vida. Que nossos pares são letras e números que não fazem diferença na nossa individualidade, que o que espera além daqui é mais que conveniência e parâmetros impostos vindo de lugar nenhum.
Hoje a noite da janela ouvi um anjo chorar, um incompreendido com as asas machucadas. Julguei-o como o humano que sou, parte por ser igual, parte por diferir. Suas asas machucadas seu sorriso desfeito desconhecia tal perfeição. Não trazia consigo a raiva que imperava em mim. Era um anjo, amava seu igual, amava seu diferente. Não era perfeito e não julgava ser melhor do que a mim. Os seus olhos emanavam a desesperança, não perdera a fé em seu Pai, perdera em si mesmo ao questionar o porquê de ser assim. Ao cuidar de tal sublime criatura filha de meu Pai entendi, que mesmo podre com as mão sujas, que mesmo que apedrejados e apontados eu faria a diferença naquele momento. E o amaria, não por ser um anjo e sim por fazer parte de mim.

Um comentário:

Lu Oliveira disse...

NÃO PODEMOS CONDENAR NINGUÉM...NEM MESMO OS PRECONCEITUOSOS....

EU SOU MAIS RADICAL COM MENTIRAS DO QUE COM PRECONCEITOS!!!

PORÉM, DEVIDO AO CONTEXTO VIVIDO QUE GEROU O SEU TEXTO...
PARECE QUE VOCÊ TRANSMITIU O QUE PENSA DE FORMA LITERÁRIA, INTENSA E ANGUSTIANTE....

O MUNDO NÃO "É" PODRE..ELE "ESTÁ" ASSIM...E VAI PASSAR...UM DIA.