segunda-feira, 13 de abril de 2009

AO SOFREDOR

Ainda que as palavras de nada valessem, seria eu um ser entristecido no dia nublado, ainda que tudo fosse explicado, escrito ou falado.
Creio que apresentar-vos no auge da loucura seria no mínino inimagináveis escritos de um pobre insano, malvisto pelos que o cercam, ignorado pelos gênios deficientes d’alma, Ingratos fruto de algo maior, pois em cada um o princípio se fez germinar. Por agora, cultivam as mentes brilhantes. Tolos e cegos, filhos pródigos de um mal oculto, prole do preconceito. Dissipam conhecimentos fechados, retrógrados vazios de luz. Enxergam um túnel e suas propriedades, mas são ausentes do ar que lhes é vital a sabedoria.
Jogado aqui: um perdido que esta a vagar, sem a benção dos gênios, sem a mão dos seguidores do mundo, fruto da minoria insana que paira numa terra de intolerância. Nu a cantar, a saudar as estrelas, vindo dos seios da mãe verde, irmão daquilo que se chamava vida, o perdido que percorre o mundo com o ar a cortar-lhe a face e a misturar-se com as lágrimas gélidas na pele em chamas. O pé que sentia a terra, o destino a frente, à vista, numa busca interminável pela felicidade profana e verdadeira.
Ainda que os mundos se desencontrassem traria comigo o nada que habita o homem insano, vagaria ao lado dos deficientes, gênios sem nada saber. Traria na carne o sopro de respiração da última noite de ardor, quando não se via o tempo passar. Em peito aberto repleto de vácuo, com o coração a bater longe de sua morada. Traria comigo a sorte dos famigerados, exagerados do mundo, sobrevivendo de lembranças que um cérebro desesperado estaria a criar para o alimento essencial.
Por caminhar sentiria os pés sobre a terra onde a trilha se perderia numa vista cega de vontade. E ainda que o perdido gritasse mais alto, calaria multidões num olhar desaforado, dilacerado por falsos sorrisos. Ainda que a pele descolasse do corpo na tentativa de reconforto estaria por caminhar, uma mente, um destino. Entregar-te-ia mais que um coração em rios vermelhos, entregaria toda uma carne visceral, cada parte que constasse um sopro de vida, cada pedaço de amor.

Um comentário:

Lu Oliveira disse...

Quanto sofrimento...identifico lagrimas de sangue e um coração querendo se libertar.