domingo, 10 de maio de 2009

Assim a pergunta se fez
O que eu quero?
Como se fosse tão fácil... perguntas são feitas para serem respondida
Ou era uma pergunta retórica? No calor do momento eis que surge a pergunta – Mas afinal o que você quer??? Gritado parece meio retórico... Parece idiota quando respondemos uma pergunta que não era para ser respondida... ou quando você responde o que não deveria ser a resposta, Eis aqui o que eu respondi:
Eu quero uma tarde em que a chuva caia tão forte que eu sinto minha pela arder com seus pingos, quero uma noite de sono em que o dia não pareça um estranho a estar no meio da próxima. Quero o mundo feito de gatos, cachorros a brincar. Que as pessoas sejam menos hipócritas em frente ao mundo, que eu seja menos hipócrita em frente ao espelho. Que o mundo assuma sua podridão, que perceba suas feridas que sangram enquanto a humanidade sofre hemorragicamente. Que o bom dia seja verdadeiro, tanto quanto o boa noite. Que o poder seja somente um verbo não um substantivo. Que por um segundo eu acorde sabendo quem eu sou e o que quero.
Assim a pergunta se fez em meio a gritos
Quem eu quero?
Como se fosse fácil... confesso que não entendi a pergunta... Ainda era retórico? Eis que o devaneio continuou...
Eu quero alguém que entenda que não vai conseguir entender... Que saiba que seres doidos permanecem doidos e a tendência é sempre piorar... Que me corrija quando eu falar errado... que entenda o que são figuras de linguagem... que odeie minha ironia mas que assuma que não pode viver sem ela... que dizer eu te amo não é um bom motivo para se acordar uma pessoa... que saiba porque não se usa tênis com meia social mas que tem no armário um all star rasgado... que compreenda que os meus sempre estarão sujos... que saiba que o sábado de manhã não me pertence... que eu pego o violão e toco coisas sem sentido... que quando eu canto mal(o que é sempre) consigo ser bem irritante... que sou apaixonada por música espírita e gosto de compartilhá-las... alguém que não vai ligar pra minha calça caída arrastando no chão mas que vai sempre pisar nelas quando tiver a chance para me lembrar de dobrá-las, que entenda que eu tenho algumas paixões perdidas por aí, que muitas vezes vou parecer amar mais os meus animais do que ela... que a minha mãe é o maior amor que eu tenho... que eu falo embolado e gaguejo quando to nervosa... que saiba o que o perfume certo pode fazer comigo...que entenda a paz que eu sinto quando ouço o Harry entrando em casa... ou a Penélope respirando enquanto dorme... alguém que saiba quem eles são... que minha banda favorita é o RBD e que me critique quando eu estou escutando mas que não me peça pra mudar... que eu começo a cantar do nada... e não presto atenção nas coisas ao meu redor...não lembro o que me disseram... e não ouço muitas vezes... que meu papel e caneta são minhas companhias na maioria das vezes... Que pouco se importem se vão falar...se vão saber... se vão prestar atenção... que saiba que um pacote de halls preta consegue me fazer sorrir... Alguém que saiba que apesar de muitas vezes parecer um menino sou uma mulher como nunca se conheceu( basta saber se isso é bom ruim). Alguém que tenha consciência que talvez ao acordar eu não queira mas nada disso.

Depois do discurso eu ouço a porta bater... o carro partir...ligo a TV e curtir Os Simpsons.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Paus e pedras no caminho
Estrada interminável
O que ficou? Para onde irá afinal?
Cegos de bengala.
Passo a passo no barro esburacado
O calçado perdeu-se
Há tempos
Há vidas atrás
Com os olhos abertos, opostos
Vêem menos do que a escuridão
Dono do seu destino aziago
Esses Tirésias nada sabem
Se caídos, rastejam
De pé, desfalecem
Progênitos do orgulho
Rejeitados da vaidade
Anjos decaídos
Filhos de lugar nenhum

segunda-feira, 13 de abril de 2009

AO SOFREDOR

Ainda que as palavras de nada valessem, seria eu um ser entristecido no dia nublado, ainda que tudo fosse explicado, escrito ou falado.
Creio que apresentar-vos no auge da loucura seria no mínino inimagináveis escritos de um pobre insano, malvisto pelos que o cercam, ignorado pelos gênios deficientes d’alma, Ingratos fruto de algo maior, pois em cada um o princípio se fez germinar. Por agora, cultivam as mentes brilhantes. Tolos e cegos, filhos pródigos de um mal oculto, prole do preconceito. Dissipam conhecimentos fechados, retrógrados vazios de luz. Enxergam um túnel e suas propriedades, mas são ausentes do ar que lhes é vital a sabedoria.
Jogado aqui: um perdido que esta a vagar, sem a benção dos gênios, sem a mão dos seguidores do mundo, fruto da minoria insana que paira numa terra de intolerância. Nu a cantar, a saudar as estrelas, vindo dos seios da mãe verde, irmão daquilo que se chamava vida, o perdido que percorre o mundo com o ar a cortar-lhe a face e a misturar-se com as lágrimas gélidas na pele em chamas. O pé que sentia a terra, o destino a frente, à vista, numa busca interminável pela felicidade profana e verdadeira.
Ainda que os mundos se desencontrassem traria comigo o nada que habita o homem insano, vagaria ao lado dos deficientes, gênios sem nada saber. Traria na carne o sopro de respiração da última noite de ardor, quando não se via o tempo passar. Em peito aberto repleto de vácuo, com o coração a bater longe de sua morada. Traria comigo a sorte dos famigerados, exagerados do mundo, sobrevivendo de lembranças que um cérebro desesperado estaria a criar para o alimento essencial.
Por caminhar sentiria os pés sobre a terra onde a trilha se perderia numa vista cega de vontade. E ainda que o perdido gritasse mais alto, calaria multidões num olhar desaforado, dilacerado por falsos sorrisos. Ainda que a pele descolasse do corpo na tentativa de reconforto estaria por caminhar, uma mente, um destino. Entregar-te-ia mais que um coração em rios vermelhos, entregaria toda uma carne visceral, cada parte que constasse um sopro de vida, cada pedaço de amor.

domingo, 12 de abril de 2009

Diferenças irreconciliáveis

Não fazemos idéia do quanto as pessoas são podres, quantos sorrisos falsos surgem segundo a segundo. Pessoas sem a mínima noção presas em seus próprios mundos. Seguindo o rebanho com a marca no traseiro, a marca de seus superiores, repetindo em massa ao som do berrante. As pessoas não fazem idéia do que são, do que sentem, do quanto podem machucar Julgar, matar com gestos palavras e olhares. Do quanto estão pobres vestidas de seda. Algumas gritam por salvação, não a acha dentro de si e fazem outros chorarem lágrimas de sangue muitas vezes não sabendo quem estão fazendo chorar. Julgam as escolhas, acusam uma sublimidade, que não possuem a coragem de viver e nem ao menos conhecer, repetem como papagaio velho a velha ladainha decorada ou escrita na sola do pé. Que pessoas são essas que possuem a voz tão alta, que comandam os fracos e os pisam como baratas? Que pessoas são essas fracas e inúteis que se deixam pisar e permitem que suas vozes sejam baixas? Que pessoas somos nós, que tentam conseguir o dia e vencer a noite, mas acabam por perder-se no meio do caminho. Onde estão os problemas do próprio umbigo esperando para serem resolvidos? Reclamando da falta de resolução quando todas as energias estão sendo gastas no umbigo do que ele chama de próximo. Qual a droga do conceito de certo e errado? Sujo e limpo? Normalidade e loucura? Qual a luta que se trava por não se compreender que ao mudar um par na genealogia muda toda uma vida. Que nossos pares são letras e números que não fazem diferença na nossa individualidade, que o que espera além daqui é mais que conveniência e parâmetros impostos vindo de lugar nenhum.
Hoje a noite da janela ouvi um anjo chorar, um incompreendido com as asas machucadas. Julguei-o como o humano que sou, parte por ser igual, parte por diferir. Suas asas machucadas seu sorriso desfeito desconhecia tal perfeição. Não trazia consigo a raiva que imperava em mim. Era um anjo, amava seu igual, amava seu diferente. Não era perfeito e não julgava ser melhor do que a mim. Os seus olhos emanavam a desesperança, não perdera a fé em seu Pai, perdera em si mesmo ao questionar o porquê de ser assim. Ao cuidar de tal sublime criatura filha de meu Pai entendi, que mesmo podre com as mão sujas, que mesmo que apedrejados e apontados eu faria a diferença naquele momento. E o amaria, não por ser um anjo e sim por fazer parte de mim.

GRANDE LEONI

VOCÊ CONCORDA COM A GENTE?

Todo mundo sabe de alguma coisa que eu não sei
De um filme que eu não vi
De uma aula que eu faltei
Por mais que eu tente eu nunca chego no horário
Eu perco tudo que eu ponho no armário
Tudo atrapalha o que eu faço
Mas pros outros parece tão fácil
A fila que eu escolho vai sempre andar mais devagar
O troco acaba bem na hora em que eu vou pagar
Se eu me distraio um único instante, pode apostar que
eu perco o mais importante
Tudo atrapalha o que eu faço
Mas pros outros parece tão fácil
Os vizinhos devem rir por trás do jornal
Eu desconfio de um complô
O maior que já se armou
Uma conspiração internacional

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Inconscientemente o calor toma conta de você, te envolve como cordas que te abraçam e apertam suavemente, você já não pode mais fugir, pois ele desobedeceu a sua vontade, o fogo outrora sereno já arde intensamente. Ele começa de dentro e explode através de seus poros, o suor dele já não refresca.

A malagueta se apossa dos seus lábios que começam a arder, pinicando, chegando a doer.

Aos poucos a mente se curva a vontade do corpo, a cabeça já não funciona, o coração já não mais bate, ele pula, corre e até voa, indo para a garganta. Suas mãos descobrem o caminho e o percorre, sua visão fica embaçada e se apaga com o fechar dos olhos. Você não pode, sabe que não pode, mas do que adianta saber se não dá pra resistir. Talvez por ser proibido e a noção de não poder é que se torna a sua perdição. As bocas se encontram num misto de felicidade e culpa e os corpos mais uma vez se pertencem, a mente desistiu de lutar.

Não se sabe explicar quem venceu: o AMOR ou o DESEJO.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

“Fiz o que minha consciência mandou”  As pessoas se fazem pelo o que as cercam, quem as cercam  e em que momento as cerca. O indivíduo em sua realidade é uma fraude, uma ilusão em duas pernas que contempla a liberdade. Bombardeado desde sua primeira respiração pelo o que o cerca, julga saber por si o que é certo e errado guiado pelo que chama de consciência. Possui dentro de si o bem e mal e se acha livre pra tomar suas próprias decisões. O correto muda de sociedade em sociedade, suas concepções são o que o mundo implantou no nobre pensamento que chamas de seu.  A tal individualidade é falsa, ilusória, somos presos e condicionados a parâmetros impostos por aqueles que não se teve o direito nem de conhecer. Ao clamar o “fiz o que achava certo” é realizador de vontades que talvez não sejam as suas. O bem e o mal, o certo e o errado, qual a relação? A consciência diz: o bem é o certo, cautela ao afirmar ouvir a voz do que sem pensar chamou de seu.