segunda-feira, 19 de novembro de 2007

III-- O limite? A eternidade

(cont)">Era incrível como aquele contato me alucinava, era incrível como não sentia a sua respiração. Sua boca congelante aproximava-se do meus pescoço, senti minha respiração triplicar e meu coração arrebentar a cada batida, seus dentes aos poucos cravavam em mim, penetravam profunfamente, mais profundo do que somente peles e veias. Senti o mais puro prazer que ela havia mencionado, poderia morrer ali não importava, a terra poderia exlodir, o solo me engolir nada mais me importava. Meu corpo enfraquecia a cada segundo, minhas pernas já perdiam as forças, sentia que ia desmaiar, lutava contra, precisava sentir aquele prazer acordada. As minhas palpebras foram ficando pesadas, sentia a vida esvair do meu corpo sei que tudo acontecia muito rápido, mas o prazer se apossava de mim em câmera lenta. O sono parecia ser mais forte que todas as minhas forças, mas ainda ouvia sua voz ao fundo.
-- Sinta isso que você chama de vida esvair ao poucos, estranho não é, estar tão perto da morte sendo você a vítima, logo ela sua companheira de sempre, pois alegre-se a morte ainda continuará te acompanhando.
Clichê eu dizer que toda a minha vida passou pelos meus olhos, sei lá, eu sabia que não iria morrer ou iria? Na verdade eu não fazia idéia. O cheiro, esse foi inesquecível, o cheiro que eu sentia toda noite naquela construção, agora eu entendia, finalmente entendia.
-- Engraçado não? Estar perto do fim, mas você minha linda está perto do começo.
Eu já não sentia meu corpo, sentia somente frio, senti algo quente em meus lábios. Ao fundo aquela voz doce mandava eu beber o que estava em meus lábios, eu obedecia, só obedecia. Não sei necessáriamente quando acordei, mas sugava seus pulsos como a criança que busca o leite materno, aquele era meu leite matando o que hoje chamo de fome.
-- Beba criança, o mais saboroso nectar.
Não posso explicar a sensação que tomou conta de mim, não faria vocês imaginar um terço do que eu senti assim como não se explica o gozo da carne para aqueles que nunca o alcançaram.
Meus olhos despertaram, não mais respirava, meu coração não mais batia oras ele nunca fora de muita serventia, para mim já não fazia diferença. Meu corpo estava morrendo conforme ela me explicava, doía uma dor aguda profunda que me fazia gritar. O corpo obsoleto digamos que deixado pra trás e toda eternidade a minha frente. Na hora não pensava nisso, a fome já se apossava de mim como um vírus que domina seu organismo sem a cortêsia de pedir licença.
Naquela noite ela sorriu para a mim, a morte, Cambridge, a fome. Senti meu corpo arder em loucura, minha pele gelada, pude ver a cor da minha pele num reflexo no chão, estava pálida, estava linda, estava livre. Nesta mesma noite saímos para caçar, minha primeira vítima foi como a droga que ansiava toda vez que a dor se abatia sobre meu ser, agora eu sabia, seria aquela a minha felicidade....pena que ela depende do fim de outros...mas isso eu nunca me importei em vida...não me importarei agora em morte....(fim)....(?)

II- Velhos fantasmas. Fantasmas?

CONT (...)As três da manhã as ruas de Londres eram o que podiamos chamar de recanto dos perdidos, lá estavam perdidos desde os mendigos do local até a nata da sociedade jovem londrina, eu rodava por lá algumas vezes, ora sozinha ora vestida de armários, aquilo me entediava eram só bêbados e drogados que ainda tinham os papais em seus encalços. Não que eu nunca fora uma bêbada ou uma drogada, mas acho que já havia saído da barra da saia da mamãe quando a encontrei morta junto com seu amante assassinada pelas ordens do meu pai, meu avô havia finalmente saído do manicômico onde morava há dez anos e foi morto na mesma época. Fiquei revoltada pelo jeito cruel do meu pai mas em briga de marido e mulher não sou eu quem iria meter a colher o mal já estava feito então prossegui com a minha vida, posso dizer que eu me tornei alguém de respeito.
Cambridge parecia mais a vontade que eu, conhecia desde drogados pobres de dinheiro a bêbados ricos pobre de espíritos, acho que ela também estava acostumada a viver entre ratos. Eu não havia pronunciado uma só palavra desde que a vi, somente a olhava com uma curiosidade espantosa.
-- Conheço você, o que eu vou dizer vai chocá-la pois vou dizer que conheço não só você como toda a sua família.
Agora eu estava intrigada, por um momento consegui vencer o hipnotismo que me rodeava e balbuciei umas poucas palavras.
--Como assim minha família?
Ela me olhava diretamente nos olhos, rolava ao fundo um rock extremamente pesado.
-- Típico não?
Acordei daquele novo transe momentâneo ainda desnorteada.
--Como assim?
-- O ambiento escuro, o rock pesado uma cena típica de filme de terror, vamos sair daqui.
Andamos mais um pouco e paramos em frente a uma boate, o local ainda estava cheio a música era ouvida do lado de fora.
-- E aí vamos entrar, tomar um blood mary quem sabe.
Ela realmente me conhecia, aceitei entrar. A música eletrônica invadia os meus ouvidos, chegamos ao bar e como previsto pedi um blood mary, apreciei o sabor da vodka descer minha garganta abaixo.
-- É incrível como certos líquidos podem nos trazer sensações maravilhosas.
Ela ainda me olhava de um jeito misterioso, depois do drink fomos para a pista de dança Cambridge não só conhecia o lugar como a maioria das pessoas que ali estavam, ficamos lá por pouco tempo.
-- A noite possui encantos que até você que esta acostumada desconhece, ela é tão maldita quanto bendita, é viciante, apaixonante, aos poucos você vai perceber que o dia é obsoleto, o sol venenoso e que tudo que você precisa esta bem aqui debaixo da lua.
Andamos por um tempo enquanto eu a ouvia falar, não me pronunciava quando dei por mim já estavamos afastadas de tudo e todos.
--Você disse que conheceu a minha família.
-- Você possui lindos cabelos negros e lisos e olhos castanhos, marca resgitrada dos mascates, os do seu irmão são os olhos mais penetrantes que eu já vi.
-- Você conheceu meu irmão?
-- O que você tem que entender é que nesse mundo perdido as coisas não são como parecem, tudo soa falso, intrigante não? Uma estranha aparece no meio da noite e fala tolices verdadeiras sobre você e sobre sua família. Seu irmão? Esse eu conheci muito bem, assim como o conheço agora, cópia fiel do seu pai, possui o mesmo ódio e rancor no coração sem motivo, a mesma rebeldia e o espírito jovem da matança.
Conforme aquelas palavras entravam na minha cabeça o meu cérebro embaralhava, eu não conseguia mover a minha atenção daquela mulher, as mentiras que ela me contava parecia tão verdadeiras quanto o ar que eu respirava naquele momento.
-- Como você pode conhecer o meu irmão se ele está...
-- Morto? É concordamos nesta parte, pode-se dizer que ele está realmente morto, mas não creio que isto seja um impedimento, afinal seu pai também esta morto e você tem visto ele na mansão algumas vezes.
-- Como...
-- Como eu sei? Simples, eu sei de muitas coisas que você não sabe, mas com o tempo irá descobrir.
-- Vai me dizer que você tambem vê o fantasma do meu pai e inclusive consegue ver o do meu irmão.
Tentava manter o tom irônico da minha voz como de costume, mas eu sentia a voz falhar a cada palavra.
-- Fantasmas creio que eles até existam, mas não acho que seu pai e seu irmão sejam um deles. Os meus cabelos foram dessa cor um dia, negros como a noite, optei pelo vermelho, não exitiu ou exitirá um mascate que não tenha esta cor de cabelo.
-- Você esta insinuando que é uma Mascate?
-- Menina esperta,  sou a pioneira da família mascate, uma das matriarcas é uma família longa acredite.
-- Matriarca? Você só pode estar brincando comigo, você não parecer ser um pouco mais velha do que eu, na verdade creio que você tenha a minha idade.
-- Os meus vinte anos.. tempos bons não voltam mais... agradeço o elogio
Novamente olhava nos meus olhos, senti o frio percorrer a minha espinha o meu coração correr como uma lebre prestes a ser predada. Aqueles cabelos vermelhos voavam com o vento, a noite estava cada vez mais fria, por um momento seus olhos não pareciam tão castanhos podia jurar que estavam brancos, hoje posso afirmar que estavam.
-- Um dia eu já tive a sua idade, agora posso dizer que sou um pouco mais velha do que você.
O sorriso que ela abriu fez minhas pernas bambearem, eu poderia ficar a eternidade olhando-a sem comer ou respirar.
--Nem tudo aquilo que parece é minha linda, existem fatos reais e distorcidos ou ambos. Fato real: seu pai e seu irmão estão mortos, fatos que foram distorcidos: eles estão mortos e ambos:  eles estão mortos.
Aquilo soava confuso e ela sabia, percebi que ela lia cada pensamento em minha mente e cheirava o medo que agora eu passava a exalar.
-- Abra sua mente para a realidade e feche-a para o medo, a consfusão é só a parte divertida para os que chamam de obrigação Não chamo de destino, pois para mim  na verdade é mais uma escolha. Já ouviu falar em vampiros Britany?
Vampiros ela dizia, falava em um tom tão habitual que chegava a me assustar, se é que era possível me assutar mais.
-- Já vi que o estado de palidez combina com você, esse tom de pele ficou perfeito com o seu belo rosto.
Ela parecia se divertir com meu estado de pânico, encostada na parede me fitava pacientemente.
-- A essa altura do campeonato você já deve saber o que aconteceu com alguns dos membros de sua famíia creio vir daí o seu estado de pânico. Não precisa se preocupar, mas acredito também que você saiba o porquê da minha presença aqui esta noite.
Se eu fosse sensata sairia dali correndo, mas nunca na vida eu fora sensata não estava disposta a começar.
-- Foi o que eu pensei, o que eu estou oferecendo a você é mais do que somente a eternidade, é fortitude, presença, poder que não creio que você irá obter com sua reles vida mortal. Uma superioridade indescritível sobre estes que não passam de peões saborosos da vida noturna.
Como eu disse é uma questão de escolha, mas eu sei que você fará a escolha correta.
-- E como você pode ter tanta certeza?
-- Eu conheço muito sobre você, sou sua sombra desde que você completou quinze anos. Sei que nada nesta sua vida pacata faz sentido, sua vida é patética, você é uma criminosa porque o seu pai te obriga mas também não pode evitar de matar pois isso fortalece o seu espírito, noite após noite desde a morte de sua mãe você sonha com ela, porque esta realmente está morta, sei que você já sonhou comigo inúmeras vezes por isso aceitou minha presença naquele beco.
Aquele rosto era realmente mais do que conhecido, nas noites em que ela visitava meus sonhos eu acordava eufórica e nestas sempre acabavam em sangue, brigas banais ou mortes cruéis. A última noite que eu havia sonhado com ela? Esta mesma noite.
-- Eu sei que você sonhou comigo esta noite e que acordou impaciente, ficou o dia deitada na cama daquela mansão vazia, se refugiou no cair da tarde para aquela construção imunda, a frustração entalava a sua garganta e foi vomitada no instante em que a bala atravessou a testa daquele mesquinho tratante.
-- Ele teve o que merecia, o idiota me ameaçou com uma arma.
-- Não minta pra você mesma, ele não precisava ser morto o tiro poderia pegar qualquer parte do corpo mas não, você precisava ser fatal, mortal.
-- Mesmo que eu concorde com você, porque tem tanta certeza que eu quero me tornar isto?
-- Isto minha querida, você deseja com todo o seu ser, o gosto do sangue já está em você, tudo o que você precisa é bebê-lo.
O tom de sua voz passava de um sensual suave para irônico cruel, aquilo me exitava, se acreditasse em destino saberia que aquele era o meu.
-- Existe um mundo podre aí fora e você pode fazer parte dele se quiser, é uma mata, uma guerra cruel e aconselho que se você for escolher um lado que escolha o do predador e não o da presa. Desde pequena você ouviu falar sobre a nossa raça,  histórias verídicas contada pelo seu louco avô e parte de você desejava que aquelas histórias mirabolantes fossem verdadeiras. Acontece que vocês, humanos, não sabem da existência de nós, vampiros, os que sabem acabam loucos ou mortos, fizemos seu avô passar por louco por mais de dez anos, pena que ele não era um mascate, sua perspicácia faria dele um vampiro e tanto.
-- Vocês mataram o meu avô? E quanto a minha mãe a mataram também?
-- Nada tivemos haver com a morte de sua querida mãe, seu pai na época era um humano com puro desejo de vingança, o mal imperava nele como impera hoje. Já o seu avô era um homem respeitável, poderia atrair alguma atenção para ele, não podiamos arriscar. O homem não compreende o que lhe é diferente principalmente se este ser diferente se alimenta dele. Não precisamos de holofotes sobre nossas cabeças, só queremo nos alimentar e viver eternamente e não creio que isto seja tão difícil de se entender.
Pela primeira vez na noite ela aproximou-se de mim senti a parede imprensada nas minhas costas e seu corpo aproximando-se do meu, sua pele era gélida, mas não era aquilo que no momento me causava arrepio.
-- Como eu já havia dito, sei qual é a sua escolha, sei o que você deseja, neste momento você me odeia por toda a verdade revelada, mas ao mesmo tempo deseja tanto isso que chega a odiar você mesmo. Já passa das quatro e a noite é curta, o momento é o mais propício para um adeus, um adeus a esta patética coisa que você chama de vida.
Ela se aproximava do meu rosto, sussurrava cada palavra atravessando minha alma.
-- O beijo é como chamamos, não há sensação mais prazerosa tanto pra mim quanto pra você, em seguida irá ser abraçada e depois o mundo e o submundo estarão ao seu alcance.

I - O início do fim

A noite poderia ser confundida com esta, eu curtia o entardecer mascando o meu chiclete, pois é, estava longe do meu vício, a fumaça não mais invadia os meus pulmões, na língua somente o gosto da menta e do último gole de gim. De um terraço da construção abandonada o sol se escondia e mais uma noite se aproximava, aquele lugar ficava assustador a noite, rezava a lenda que as mais temíveis criaturas ali habitavam, mas para mim a única coisa a temer era aquele cheiro horrível de podre que vinha de algum dos cômodos. Não me lembro quanto tempo fiquei ali já que era mera rotina, mas minha alma só descansava ao sentir aquele cheiro. Pode-se dizer que eu vivia como os ratos, estes bem que me entendiam, ora eu tinha uma casa, eu tinha uma profissão, pelo que me consta o ofício de roubar e matar eram bem disputados, eu era o orgulho do papai, ele o mafioso mais conhecido desta maldita cidade, o assassino mais impiedoso me ensinou tudo que eu sei, a arte da morte, o homem mais cruel que eu já havia conhecido estava morto, morto como um queijo suíço, quanto a mim tive que assumir seu império de maldade.
Aquela noite eu precisa visitar um cliente revoltado, agora que o carregamento de "felicidade" já havia sido entregue ele alegava que o preço deveria ser baixado. A felicidade era a droga mais procurada do momento, num mundo onde tudo parecia triste a "felicidade" era a salvação, confesso que fiz uso dela algumas vezes. A noite já invadia aquele lugar imundo quando meu celular tocou, já estava na hora do batente, os meus capangas já me esperavam no local marcado, entramos no carro e partimos. Meu brinquedinho já estava seguro em minha cintura, mas esperava que o comprador não me desse problemas, não estava com paciência para chorumelas. A boate O paraíso era o lugar mais movimentado da cidade , lá a "felicidade" era liberada, o lugar já estava lotado. Passei junto aos meus "ajudantes" com a minha presença logo sendo notada, desci a longa escada para o porão e entrei só. Ele já estava a minha espera, sentado no sofá com duas mulheres em seu colo, quando me viu chegar as dispensou, ofereceu-me um drink e pus a me sentar, já sabia a ladainha que estava por vir.
--Então você acha que eu deveria baixar os meus preços?
-- O que você tem que entender é que o seu produto está sendo supervalorizado.
Ele parecia calmo, mas algo me dizia que aquele assunto não iria ser tão amigável como parecia.
-- E você gostaria que eu baixasse os meus preços porque os negócios vão mal?
-- Não exatamente, as encomendas tem feito a clientela aumentar consideravelmente.
-- Eu poderia dizer que foi além de consideravelmente, sendo que a minha "felicidade" fez este lugar realmente ser o paraíso e sei que você vai concordar que comprá-la fora daqui despertaria atenção desnecessária para este lugar.
-- Concordo, mas eu acho que considerando os meus serviços fiéis você poderia considerar um desconto.
-- Você é um cliente muito fiel e eu considerei isso quando dei o desconto há quase dois meses.
Aos poucos sentia a calma esvair, aquele homem era realmente um mesquinho irritante. Tive que manter o sorriso já irônico, acendi um charuto e ofereri, já não fumava mas o carregava sempre comigo, já o conhecia ele não recusava um dos meus charutos especiais.
-- Eu sei que eu já havia pedido um desconto mas você precisa compreender que o preço esta alto.
-- Meu bom amigo, a "felicidade" custa caro e que fique bem claro que eu não irei baixar os preços desta vez.
-- Então eu serei obrigado a não depositar o seu pagamento.
-- Isso vai ser difícil, pois pelo que pude perceber o carregamento que você recebeu já foi distribuído estão todos muito felizes lá em cima, como você pretende devolver o que já foi usado?
-- Eu não disse que iria devolver.
-- Olha você me parece um cara sensato, você não esta muito afim de arrumar confusão, vejo isso em você, então eu realmente espero que  reconsidere e pague o preço correto pelo carregamento.
-- Não acho que isso será possível.
Foi o que eu pensava, confusão, em um movimento brusco ele já estava empunhando sua arma, odeio pessoas hostis, sempre me tiram a paciência.
-- Acho melhor você sair da minha boate.
Levantei-me calmamente e me virei de costas, nunca dê as costas para o seu inimigo a não ser que o idiota tenha construído o próprio porão com espelhos, é aquele deveria ser o seu motel particular. Ainda de costas o observava pelos espelhos, ele parecia bem contente consigo mesmo, tolo homem, nunca subestime o poder de uma tragada e um gole de uma bebida, o vício era maior, a vontade de tragar as vezes desvia a atenção de coisas mais importantes.
Vi pelo espelho a tragada vitoriosa, pobre coitado nem viu quando a bala atravessou a sua testa, o corpo encontrou o chão e eu encontrei a porta de saída, os seguranças dele tinham sido impedidos de participar da reunião assim como os meus, vi os gigantes passarem correndo por mim e descobrirem o presunto no chão. Subi as escadas tranquilamente aqueles musculosos sem cérebro não ousariam comprar uma briga comigo ou com os meus capangas, a boate estava bem animada as pessoas pareciam realmente felizes, fui até o bar e pedi um blood mary minha bebida favorita, curti algumas músicas, ainda tinha mais alguns compromissos entre eles uma visita costumeira ao chefe de polícia, coisas de rotina.
Mais uma madrugada de trabalhos pesados, tudo ia bem como sempre dispensva meus armários depois das três da manhã apesar de saber que alguns deles ainda ficavam de olho em mim, o curioso é que eles me seguiam desde a adolescência e eu ainda me dava o trabalho de às vezes fugir para despistá-los, curiosidades da vida, hoje eles trabalham pra mim e tudo que preciso fazer é dispensá-los e assim o fiz. Queria ver a noite como de costume, sempre iguais, mas um tanto diferente. Passeava por um beco escuro aparentemente vazio, o único som que se conseguia ouvir era o som dos meus passos e o da bola de chiclete que eu estourava uma vez ou outra. Encostei- me à parede para relaxar, o lugar não era dos mais limpos, mas eu não ligava, a noite de outono era fria mas meu sobretudo velho e surrado dava conta do recado, quem sabe se alguém passasse por ali e se compadecesse da minha dor, poderia talvez ganhar um trocado. Minhas roupas não eram as das mais chiques o sobretudo de couro surrado, a bota gasta as minhas calças pareciam sujas mas eu ainda estava um charme. Carregava comigo a mary e o charlie meus inseparáveis companheiros, um abrigava a vodka o outro wisky. Estava aproveitando cada parte de Mary, ela invadia meu corpo e acalmava minha alma, a escuridão me acalmava. Eram rara as vezes que aparecia em casa, a mansão deixada por meu pai era tão vazia quanto Mary naquele momento, podia vê-lo naquele lugar, seu fantasma, seu eu desesperado por perder a vida e todos os poderes que dela usufruía. Aquela assombração tornava a casa ainda mais fria, aquilo não me assustava, mas sabia o que ele esperava de mim e me irritava o peso da herança, o dinheiro pouco me importava, mas toda noite naquele lugar eu ouvia ele dizer que eu tinha que honrar seu nome e tocar seu legado. "Ainda derrubo aquele lugar". Estava pronta para a "felicidade" risquei um fósforo quando derrepente um vento forte o apagou, já ia riscar outro quando a vi surgir na minha direção, uma figura estranhamente linda, tinhas os cabelos vermelhos como o blood mary que eu havia tomado, os olhos castanhos e a pele clara como a lua que estava escondida naquela noite. Ela se aproximou de mim suavemente, não estranhei, aquilo me pareceu normal, uma estanha no beco a noite, é parecia normal. Eu ainda saboreava o charlie quando ela encostou ao meu lado, brincava com os cabelos longos e lisos, usava uma roupa parecida com a minha, mas se via de longe sua sofisticação, sofisticação que meu paium dia brigou para que eu possuísse.
Ela parecia me conhecer, ofereceu-me o chiclete tradicional que eu costumava mascar, relutante eu aceitei, olhava para os seus olhos misteriosamente sedutores.
--Você não sabe quem eu sou, mas eu conheço você Britany.
O jeito que meu nome soou naquela voz fez meu corpo estremecer, poucos conheciam meu nome, era conhecida pelo sobrenome da familia mascate. Tive que esconder minha identidade até conseguir o respeito que hoje possuía. A única filha de uma geração de Mascates, geração sangue azul da mafia Londrina. Tive um irmão, tolo morreu jovem. Não passava de um rebelde medroso, eu havia nascido com o genes da destruição honrava o nome da familia, mas no fundo pouco me importava estava lá pela diversão e o espectro de meu pai sabia.
-- Noite após noite eu percebi você, sei o que você faz, sei que só se sente feliz quando está com os ratos naquele lugar imundo ou que se sente realizada quando o sangue da sua vítima é esparramado ao chão, você é uma assassina e é boa nisso. Eu sabia o que ela estava dizendo, poderia desmenti-la, mas forças para isso eu já não possuía.
-- Eu vim aqui porque você me interessa, você possuí um dom que eu aprecio muito, a gana pela noite, a gana pela morte, sei que você arrisca sua vida toda noite dispensando seus capangas apesar de saber que cada canto desta cidade esconde um inimigo seu.
Por um momento pensei em retrucar, deturpar a verdade que ela exclamava, porém tudo o que podia pensar era quem ela era e qual era o seu nome, mas não podia perguntar não queria que as minhas palavras destruíssem o doce hipnotismo que aquela voz me causava.
-- Meu nome? Isso é fácil me chamo Cambridge, passaremos as perguntas mais dificeis.
Naquele momento eu senti meu corpo todo arrepiar, como ela sabia, desde o primeiro momento senti-a invadir minhas emoções e não me estranhou que ela pudesse realmente ler os meus pensamentos.
-- Vamos dar uma volta e eu creio que algumas coisas irão ser esclarecidas.
Eu não pude evitar segui-la, a presença dela já era inevitável mais que isso já se tornara essencial. (...)

sábado, 17 de novembro de 2007

Momento

Não penso em você
Penso dentro de você
Há momentos em que
Vejo seu rosto
Há momento em que sinto a cor dos seus olhos
Há momentos em que não vejo nada
Além de dois corpos juntos
tão juntos
Que não da pra distinguir
A cor dos olhos
O calor da boca
Embora estejamos tão dsitantes
(getulio Araújo)

Poema antigo...muita bagagem..mas ta valendo é phoda.....

sexta-feira, 16 de novembro de 2007




















AMIGAS


Não há memorias onde não apareçam
Nem lembranças em que elas não estejam
tanto nos dias tristes e felizes
foi com elas que eu ri e chorei
se estou longe as sinto por perto
nunca ninguém vai nos separar
elas guardar todos os meus segredos
é um tesouro a nossa amizade

Amigas amigas companheiras da minha vida
amigas com vocês eu inventei
um mundo de carinhos dividi com vocês
amigas as melhores que sonhei
amigas, amigas presentes na minha vida
amigas com vocês eu aprendi
que juntas jamais seremos vencidas amigas
amigas para sempre


Gente...momento chiquititas...amo muito tudo isso....é a irmandande no s2

A revolta que está dentro de você é como a escolha da cor da sua próxima camisa.

NO PARES

Nadie puede pisotear tu libertad
grita fuerte por si te quieren callar
nadie puede detenerte
si tu tienes fé
no te quedas con tu nombre escrito en la pared
en la parede
si censuran tus ideas ten valor
no te rindas nunca, siempre alza la voz
lucha fuerte y sin medidas
no dejes de creer
no te quedas con tu nombre escrito en la pared
en la pared

no pare no pares no
no pares nunca de soñar
no pares no pares no
no pares nunca de soñar
no tengas miedo a volar
vive tu vida

no construyas muros en tu corazon
lo que hagas siempre hazlo por amor
pon las alas contra el viento
no hay nada que perder
no te quedes con tu nombre escrito en la parede, no

no pares no pares no
no pares nunca de soñar
no pares no pares no
no pares nunca de soñar
no tenga miedo a volar
vive tu vida